Desigualdade de Gênero no Brasil: o que você precisa saber

Quando a gente fala de desigualdade de gênero, não é só um papo teórico. São números reais, como a diferença salarial, a falta de mulheres em cargos de liderança e a violência que ainda atinge milhares todo ano. Vamos destrinchar isso tudo de forma simples.

Primeiro, o salário. Estudos do IBGE mostram que, em média, a mulher ganha 20% a menos que o homem para o mesmo cargo. Essa diferença não desaparece nem com mais estudo ou experiência. É um reflexo de políticas internas das empresas e de preconceitos ainda enraizados.

Na política, a situação também é dura. Só 15% dos parlamentares federais são mulheres, apesar de representarem quase metade da população. Essa baixa representatividade influencia diretamente nas leis que protegem ou trazem benefícios para as mulheres.

Outro ponto crítico é a violência doméstica. Segundo o Disque 180, cerca de 1 em cada 3 mulheres brasileiras já sofreu algum tipo de agressão. A Lei Maria da Penha avançou, mas o número de casos continua alto, mostrando que a cultura do silêncio ainda predomina.

Educação tem papel duplo: pode ser ferramenta de mudança ou perpetuar estereótipos. Embora as meninas estejam agora na maioria nas escolas, ainda há pouca presença delas em áreas como engenharia e tecnologia, o que reflete nas escolhas de carreira futuras.

Principais indicadores da desigualdade

Além do salário, olhe para a taxa de participação no mercado de trabalho: as mulheres ocupam apenas 48% dos empregos formais. Já a taxa de informalidade entre elas é quase 10 pontos percentuais maior que a dos homens.

Quando o assunto é saúde, as mulheres enfrentam desafios específicos, como o acesso limitado a serviços de saúde reprodutiva em regiões rurais. Isso impacta diretamente na qualidade de vida e nas oportunidades de trabalho.

Em termos de violência, o número de feminicídios aumentou 6% nos últimos cinco anos, conforme dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Cada número representa uma história que poderia ter sido diferente com políticas eficazes.

O que cada um pode fazer

Você pode começar apoiando empresas que adotam políticas de equidade salarial e transparência nos salários. Pergunte ao seu chefe como são calculados os bônus e se há auditorias internas.

Compartilhe informações confiáveis nas redes sociais. Muitas vezes, a desinformação alimenta preconceitos. Quando alguém falar que “as mulheres são menos aptas para cargos técnicos”, responda com dados e exemplos reais.

Se quiser agir localmente, participe de grupos de apoio ou ONGs que lutam contra a violência doméstica. Muitos oferecem treinamento para reconhecer sinais de abuso e como denunciar.

Para quem tem posição de liderança, incentive a criação de mentorias internas para mulheres. Isso ajuda a quebrar o teto de vidro e cria uma rede de apoio dentro da empresa.

Na hora de votar, priorize candidatos que apresentem propostas claras de igualdade de gênero: cotas, políticas de licença parental estendida, combate à violência.

Por fim, converse em casa. Ensinar crianças a respeitar diferenças de gênero desde cedo reduz a perpetuação de estereótipos. Pergunte ao seu filho ou filha como eles veem o papel das mulheres na sociedade e incentive respostas igualitárias.

Desigualdade de gênero é um problema complexo, mas não impossível de mudar. Cada atitude, por menor que pareça, soma e pode transformar a realidade de milhares de mulheres no Brasil.

Avanços e Desafios da Lei Maria da Penha no Combate à Violência Contra Mulheres no Brasil
Ricardo Gravina ago, 7 2024

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Desde sua criação em 2006, a Lei Maria da Penha avançou na proteção das mulheres contra a violência doméstica, mas ainda enfrenta desafios à medida que os crimes contra mulheres continuam a crescer no Brasil. Este artigo analisa o impacto da lei, suas conquistas e as barreiras persistentes que precisam ser abordadas para aumentar sua eficácia.

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