Quem Matou Odete Roitman? O Mistério que Parou o Brasil em 1988 e Suas Novas Versões

Quem Matou Odete Roitman? O Mistério que Parou o Brasil em 1988 e Suas Novas Versões
Ricardo Gravina mai, 24 2025

O Caso Odete Roitman: O Assassinato Que Mexeu Com o Brasil

O Brasil parou na véspera de Natal de 1988. Em pleno auge da novela Vale Tudo, a vilã Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall, foi assassinada a sangue frio. O público levou apenas alguns segundos para perder o fôlego diante de três tiros certeiros, mas teve que esperar quase duas semanas para descobrir quem puxou o gatilho. Foram doze dias de ansiedade, teorias e todo mundo—literalmente—se perguntando: quem matou Odete?

A revelação estava envolta em tanto segredo que nem o elenco tinha certeza de quem seria o assassino ou quais rumos a história tomaria. Só no último capítulo, exibido em 6 de janeiro de 1989, a verdade veio à tona: Leila, personagem de Cássia Kiss, era a responsável. Durante esse intervalo, o país se mobilizou. Discussões sobre o que teria motivado o crime e especulações sobre os suspeitos dominaram as conversas em bares, filas de mercado e reuniões de família.

Esse mistério não era apenas ficção: ganhou o noticiário policial, inspirou apostas informais e movimentou até bolões em escritórios. O impacto foi tão grande que “Quem matou Odete?” virou expressão popular e símbolo do quanto as novelas brasileiras conseguem atravessar o cotidiano do país.

Polêmica nos Bastidores, Influência Cultural e a Nova Versão

Polêmica nos Bastidores, Influência Cultural e a Nova Versão

O assassinato, porém, nem sempre foi consenso nos bastidores. Beatriz Segall, que viveu a antagonista, não gostou da ideia de ver sua personagem morta dessa maneira. Em entrevista na época, ela criticou o rumo do roteiro e disse que Odete deveria enfrentar a justiça, não ser executada sumariamente. Segundo ela, como o Brasil já não aplicava a pena de morte, a novela poderia estimular debates mais profundos sobre punição e justiça — e não apenas recorrer ao suspense.

Mesmo assim, o diretor e os autores da novela decidiram bancar o tiro no escuro. Fontes na época comentaram que a decisão foi tomada nas últimas semanas de gravação, possivelmente para evitar que a imprensa e o público descobrissem o segredo. O resultado foi um fenômeno: poucas vezes se viu tamanha comoção, com fãs se mobilizando e o país praticamente parando para assistir o desfecho.

Décadas depois, o legado de Odete Roitman persiste. O mistério foi tanto que virou referência para outras novelas e até para o cinema nacional. O nome da personagem é lembrado sempre que se fala em reviravoltas surpreendentes ou vilãs inesquecíveis.

Agora, com a estreia marcada para 2025, uma nova versão de Vale Tudo promete mexer outra vez com a imaginação do público. Debora Bloch assume o papel icônico de Odete, e a autora Manuela Dias já avisou: o mistério permanece, mas quem comete o crime será outra pessoa. Resta saber se o novo enigma terá o mesmo poder de parar conversas e reacender velhas dúvidas sobre vingança, justiça e o impacto das novelas na vida dos brasileiros.

7 Comentários

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    Alisson Henrique Sanches Garcia

    maio 26, 2025 AT 11:46
    Lembro que na época era todo mundo no bar discutindo quem tinha sido. Nem a TV a cabo tinha isso, só a Globo e o suspense. Foi épico.
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    Gaby Sumodjo

    maio 28, 2025 AT 03:17
    ISSO FOI O MELHOR DA TV BRASILEIRA NUNCA MAIS VAMOS TER ISSO 😭💔 A GLOBO HOJE SÓ FAZ NOVELA DE CRIANÇA COM AQUELE TROUXA DO TIO DO ZÉ E A VILÃ É SÓ PORQUE NÃO QUER PAGAR A CONTA 🤡 #OdeteNuncaFoiEsquecida
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    Fernando Augusto

    maio 28, 2025 AT 13:44
    É curioso como uma ficção conseguiu tocar tanto na realidade. A gente parava tudo pra ver o desfecho, como se fosse um caso de polícia mesmo. E o fato de a Beatriz Segall não querer que a Odete morresse... isso mostra que até os atores sentiam o peso da personagem. Ela era mais que uma vilã, era um símbolo. Hoje em dia, todo mundo quer um vilão que a gente odeie, mas ninguém quer um que a gente sinta falta. E a Odete? A gente sentia falta mesmo antes dela morrer.
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    Bruna Soares

    maio 28, 2025 AT 21:46
    QUE TROUXA QUE FIZERAM ISSO 😤 A BEATRIZ SEGALL TAVA CERTA A VILÃ NÃO PODE MORRER ASSIM NÃO É JUSTO NEM LÓGICO A GENTE QUERIA VER ELA NA CARCERE COM O TETO QUEBRADO E O BANHEIRO SUJO NÃO COM UM TIRO NO PEITO 😭
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    Odi J Franco

    maio 29, 2025 AT 17:34
    Fiquei emocionado só de lembrar. Minha avó chorava toda vez que falavam da Odete. Ela dizia que a personagem era a única que fazia ela se sentir viva na novela. Hoje, com essa nova versão, espero que respeitem esse legado. Não é só sobre quem matou... é sobre o que ela representou.
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    Jose Roberto Alves junior

    maio 29, 2025 AT 21:57
    Acho que o mais interessante é que ninguém sabia. Nem os atores. Isso é raro hoje em dia. Tudo vaza no TikTok antes da gravação. Aquilo foi puro mistério, como os velhos tempos.
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    Ricardo dos Santos

    maio 30, 2025 AT 09:29
    A relevância cultural deste evento transcende o âmbito da televisão. A construção narrativa do assassinato de Odete Roitman, embora fictícia, operou como um espelho coletivo da sociedade brasileira da época, refletindo anseios por justiça, desejo de punição e a ambivalência moral diante da figura da vilã. A decisão de não permitir que a personagem enfrentasse o devido processo legal, embora controversa, consolidou um paradigma estético e ético que ainda ecoa nas produções contemporâneas. A nova versão, portanto, não é meramente um remake, mas um exercício hermenêutico sobre a memória coletiva.

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