Netflix: 4 estreias para ver no fim de semana — com Wandinha 2 em destaque

Netflix: 4 estreias para ver no fim de semana — com Wandinha 2 em destaque
Ricardo Gravina ago, 23 2025

Por Ricardo

Fim de semana com quatro cartas quentes no streaming e um retorno que já estava na lista de desejos de meio mundo. Na Netflix Brasil, o sábado e o domingo de 23 e 24 de agosto de 2025 chegam com a Parte 1 da 2ª temporada de Wandinha, novos capítulos do fenômeno dos “pods” com Casamento às Cegas: Reino Unido, um drama jurídico nacional batendo forte na consciência coletiva e a 3ª temporada de Match Perfeito elevando as discussões sobre amor e algoritmos.

Calendário em mãos? Aqui está o mapa rápido das estreias de agosto que ancoram o seu fim de semana:

  • Wandinha — 2ª temporada, Parte 1 (8 episódios): lançada em 6 de agosto de 2025.
  • Casamento às Cegas: Reino Unido — 2ª temporada: lançada em 6 de agosto de 2025.
  • Além do Direito — 1ª temporada: lançada em 2 de agosto de 2025.
  • Match Perfeito — 3ª temporada: lançada em 1º de agosto de 2025.

Wandinha – 2ª temporada, Parte 1

O retorno de Wandinha chega do jeito que os fãs queriam: mais mistério dentro e fora da Academia Nunca Mais, mais humor ácido e aquela estética sombria que virou marca da série. A estratégia de dividir a 2ª temporada em duas partes, com os oito primeiros episódios já disponíveis, ajuda a manter a conversa viva por mais tempo e cria uma janela perfeita para maratonar sem perder o fôlego.

Jenna Ortega retoma a personagem com ainda mais segurança, prendendo a câmera até quando não diz nada — e isso diz muito sobre essa anti-heroína que virou ícone pop. Catherine Zeta-Jones e Luis Guzmán estão de volta como Mortícia e Gomez Addams, reforçando a camada familiar que faz a série funcionar também fora do público teen. A dinâmica entre vida escolar, segredos antigos e as regras nada óbvias do universo de Nunca Mais mantém a trama pulsando. O que muda agora? A série dobra a aposta no jogo de gato e rato com novas ameaças, mistura rivalidades estudantis a conspirações maiores e dá mais espaço para conflitos que nascem dentro da própria família Addams.

As referências góticas continuam, mas nada ali é gratuito: cada detalhe visual conversa com o humor seco de Wandinha e com o subtexto sobre aceitação, diferença e pertencimento. A produção também aperta o passo no ritmo, evitando encheção de linguiça — cada episódio traz pistas que realmente movem a história. Para quem foi fisgado pela 1ª temporada, a sensação é de reencontro com um universo conhecido, mas com portas novas abrindo a cada capítulo.

Vale a pena para: quem curte a mistura de suspense, sobrenatural e comédia sombria; para quem quer uma série com identidade visual forte e personagens que fogem do padrão; e para quem gosta de teorias, já que a parte 1 deixa terreno fértil para especulações até a conclusão da temporada.

Se você está de olho na melhor forma de encarar a maratona, uma dica: dividir a Parte 1 em dois blocos de quatro episódios funciona bem. O intervalo no meio ajuda a processar reviravoltas e a caçar detalhes que a série esconde à vista de todos.

Reality e drama nacional: três apostas para moods diferentes

Reality e drama nacional: três apostas para moods diferentes

Nem só de fantasia gótica vive o fim de semana. A segunda estreia do pacote é a 2ª temporada de Casamento às Cegas: Reino Unido, um spin-off que consolidou vida própria ao importar para o ambiente britânico o experimento social que o público brasileiro já conhece: pessoas se conhecem em cabines sem se ver, formam conexões em conversas-cronômetro, ficam noivas e depois encaram a rotina real até o altar. É confronto entre ideal e cotidiano, com o microfone ligado o tempo todo.

Nesta nova safra, o programa empilha situações que testam limites de confiança e exposição. O charme britânico dá um tempero curioso: menos euforia, mais fricção contida, mas o drama aparece do mesmo jeito, normalmente quando diferenças de valores batem na porta da coabitação. Para o público daqui, há um fascínio extra em ver como outra cultura lida com as mesmas tentações do formato: edição afiada, idas e vindas emocionais e conversas que começam como sussurro e terminam como DR na sala. É entretenimento que também cutuca debates sobre autenticidade, performatividade e a velocidade com que nos comprometemos em tempos de filtros e aplicativos.

Se a ideia é trocar o romance turbulento por dilemas éticos, a pedida é Além do Direito. A série brasileira acompanha uma jovem advogada idealista que entra em uma das bancas mais poderosas do país e descobre o quanto a régua moral pode entortar quando há muito dinheiro, reputações e cargos em jogo. Com a tutela de um mentor frio e exigente, ela precisa fazer caber no mesmo estojo o Código de Ética, o KPI do cliente e a própria consciência.

O ponto forte está na combinação de casos da semana com arcos longos que atravessam a temporada. Enquanto negociações contratuais, disputas societárias e crises de imagem exigem respostas rápidas, a protagonista tenta não se perder nos atalhos que encurtam o caminho, mas cobram juros altos depois. A série se destaca por um retrato mais pé no chão da prática jurídica empresarial, sem glamour excessivo nem caricatura de tribunal. A crítica por aqui elogiou a balança entre trama e personagem: o escritório é cenário e também antagonista, e a relação mentor-pupila é motor dramático real, não mero enfeite.

Além do Direito conversa com temas que estão no nosso noticiário cotidiano: transparência, governança, ambiente regulatório, conflitos de interesse e a pressão — muitas vezes silenciosa — por resultados a qualquer custo. É um drama que não precisa gritar para ser tenso. E funciona tanto para quem gosta de séries jurídicas quanto para quem busca uma história de amadurecimento sob holofotes corporativos.

Voltando ao campo dos relacionamentos, Match Perfeito chega à 3ª temporada com proposta simples de explicar e difícil de viver: solteiros são pareados por compatibilidade e precisam decidir se dão o próximo passo depois de conviver sob regras que testam química, paciência e expectativas. A cada rodada, o algoritmo acerta e erra como nós, gente de carne e osso. É aí que mora a graça.

O programa expande a discussão sobre como calculamos escolhas afetivas com base em dados. Até que ponto um match técnico encurta caminhos? O que acontece quando um “compatível no papel” não se traduz em conexão real na mesa do café da manhã? A temporada traz participantes mais diversos e situações que fogem do roteiro, mantendo vivo o fator surpresa que fez a franquia ganhar tração por aqui. O público acompanha, torce, discorda, e o assunto rende grupo de família e mesa de bar.

Para organizar a maratona, vale montar um cardápio por humor do dia:

  • Quer fugir da realidade: abra os trabalhos com Wandinha (2-4 episódios por vez dão um ótimo ritmo).
  • Quer discussão sobre amor moderno: alterne Casamento às Cegas: Reino Unido e Match Perfeito para comparar reações e escolhas em contextos distintos.
  • Quer história densa para pensar depois: reserve blocos de Além do Direito, que pede atenção às entrelinhas e recompensa com desdobramentos nos episódios seguintes.

O pacote de agosto também ajuda a entender o momento do streaming no Brasil. Há um equilíbrio calculado entre um hit global que conversa com diferentes gerações (Wandinha), formatos de realidade que viraram hábito semanal (Casamento às Cegas e Match Perfeito) e uma produção nacional de dramaturgia mirando o público que sente falta de séries ancoradas em temas do dia a dia (Além do Direito). Misturar perfis assim é uma forma de manter assinatura ativa e conversa relevante nas redes, sem depender de uma única aposta.

Outro ponto que chama atenção é a estratégia de lançamento. Dividir a temporada de Wandinha em duas partes cria um “meio do caminho” que sustenta teorias, vídeos e rewatch, sem sobrecarregar quem prefere assistir em blocos. Reality shows, por sua vez, continuam entregando episódios que viram munição instantânea para memes e palpites, mantendo a roda girando entre spoiler e ansiedade pelo próximo capítulo. O drama jurídico opera em outro ritmo, mais linear, que convida a maratonar e a perceber como escolhas pequenas mudam tudo lá na frente.

Neste mês, a recepção também teve eco na imprensa especializada. Publicações como Exame, Tangerina e Tudocelular deram destaque às estreias e reforçaram o que já estava claro na conversa do público: agosto veio variado, com títulos que cobrem do suspense sobrenatural ao romance de laboratório, passando por uma série nacional que pisa firme no mundo corporativo. Para a audiência, isso significa chance real de encontrar algo que case com o momento — seja relaxar, se envolver com uma trama cheia de pistas ou discutir relacionamento com base em experimentos sociais.

No fim, a pergunta que vale é: o que você quer sentir neste fim de semana? Se a resposta for “frio na barriga”, Wandinha resolve. Se for “indignação e fofoca do bem”, os realities estão aí. Se a ideia for reflexão com tensão silenciosa, Além do Direito te entrega. O catálogo de agosto não falta com o combinado: tem novidade para todos os gostos, sem deixar a peteca cair.