Quando Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos anunciou, na noite de domingo, 5 de outubro de 2025, que as medidas de segurança adotadas no Concurso Público Nacional Unificado 2025Brasil foram eficazes, poucos candidatos foram pegos em fraudes e a operação da Polícia Federal foi decisiva para impedir golpes antes das provas.
O Concurso Público Nacional Unificado – ou CNU – nasceu em 2023 como tentativa federal de concentrar vagas de diversos órgãos em um único certame, simplificando a vida do candidato e reduzindo custos administrativos. Na primeira edição, realizada em 2024, o número de inscrições superou os 2,1 milhões, mas a taxa de comparecimento foi de apenas 46,2%, indicando um elevado índice de abstenção (54,12% não compareceram).
Além da baixa presença, a primeira edição foi marcada por denúncias de fraudes organizadas por quadrilhas que tentavam burlar o sistema de cartões de prova. Na época, o Ministério contou com o apoio da Polícia Federal para desarticular redes de fraude, mas os resultados ainda eram considerados tímidos.
Para a edição de 2025, o Ministério revisou todo o processo. Foram ampliados os recursos de biometria nos cartões, inseridos sensores anti-clonagem e criada uma central de monitoramento em tempo real. O número de vagas oferecidas saltou para 3.652, distribuídas entre 32 órgãos federais:
As inscrições, encerradas em 15 de setembro, fecharam em 761.528 candidatos – um número bem menor que o da primeira edição, mas ainda expressivo. A expectativa, segundo o Ministério, era que a taxa de comparecimento caísse para cerca de 25% de abstenção, contra os 54,12% do ano passado, o que indicaria maior comprometimento dos candidatos.
As provas objetivas foram aplicadas em todo o território nacional no domingo, 5 de outubro, com um ritmo de 60.000 candidatos por hora nas principais cidades do país. O dia transcorreu sem incidentes de grande porte, e a economia de recursos foi notável: o custo total da operação foi 15% menor que o da edição anterior.
Na quinta‑feira, 2 de outubro de 2025, a Polícia Federal coordenou uma ação que resultou no desmantelamento de uma quadrilha suspeita de fraudar o concurso. A operação, conhecida como “Operação Código Limpo”, prendeu quatro membros em São Paulo e dois em Brasília, apreendendo equipamentos de clonagem de cartões e documentos falsificados.
“A operação ter ocorrido nesta semana foi muito importante, porque essa quadrilha foi desbaratada antes da realização da prova. Isso ajudou a impedir que ela atuasse hoje e também coíbe outros grupos, pois, se fizerem, serão punidos”, declarou Esther Dweck durante coletiva.
Até o momento, seis candidatos foram investigados. Três foram imediatamente excluídos do certame; os outros três aguardam decisão judicial, pois ainda não há provas cabais. A ministra reforçou que "não podemos tirar ninguém sem evidências absolutas".
A declaração de Dweck enfatizou que os casos de fraude foram pontuais e que o robusto sistema de segurança implementado desde 2024 foi crucial para o sucesso da edição de 2025. Ela destacou ainda que a colaboração entre o Ministério e a Polícia Federal permitiu um monitoramento em tempo real, identificando tentativas de acesso indevido ao banco de dados de candidatos.
Para os candidatos que participaram “honestamente”, a sensação predominante foi de alívio. Em entrevistas coletadas em Rio de Janeiro e Recife, muitos elogiaram a clareza das instruções e a rapidez no credenciamento dos cartões. Já os sindicatos de servidores públicos lançaram um comunicado pedindo que o governo continue investindo em tecnologia para garantir a lisura dos concursos futuros.
Do ponto de vista econômico, a redução da taxa de abstenção abre espaço para que mais servidores públicos sejam efetivados, o que pode melhorar a prestação de serviços em áreas críticas como saúde, educação e segurança. Analistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimam que cada vaga preenchida gera cerca de R$ 1,2 milhão em arrecadação tributária ao longo de cinco anos, graças ao aumento do consumo das famílias.
Com a experiência de 2025, o Ministério planeja consolidar o modelo de concurso unificado como padrão nacional. As próximas etapas incluem a introdução de inteligência artificial nos processos de correção automática de questões e a expansão do uso de biometria facial nas salas de prova.
Entretanto, especialistas em segurança da informação alertam que a cada avanço tecnológico surge um novo vetor de ataque. "A batalha contra fraudes nunca termina; o importante é manter a capacidade de adaptação", afirma Carlos Alberto Pereira, consultor em cibersegurança da Fundação Getúlio Vargas.
Se a tendência de maior eficiência e menor custo se confirmar, poderemos ver outros países da América Latina adotando o modelo do CNU – algo que já foi mencionado em reuniões do Mercosul em Buenos Aires, em setembro de 2025.
A "Operação Código Limpo" interceptou equipamentos de clonagem e documentos falsos antes da prova, prendendo quatro membros em São Paulo e dois em Brasília. Com a prisão, três candidatos foram imediatamente excluídos, evitando que vagas fossem ocupadas indevidamente.
Em 2024, a taxa de abstenção foi de 54,12%, ou seja, menos da metade dos inscritos compareceu. Para 2025, a expectativa é que a abstenção caia para cerca de 25%, quase dobrando o número de candidatos presentes nas salas.
São 32 órgãos, incluindo o Ministério da Saúde, a Receita Federal, a Polícia Federal, o Banco Central e o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Cada um definiu cotas específicas para níveis superior e intermediário.
O CNU 2025 incorporou biometria nos cartões, sensores anti‑clonagem, verificação em tempo real por meio de uma central de monitoramento e integração de bases de dados da Polícia Federal, reduzindo vulnerabilidades antes exploradas por quadrilhas.
Segundo o Ipea, cada vaga preenchida pode gerar cerca de R$ 1,2 milhão em arrecadação tributária nos próximos cinco anos, graças ao aumento do consumo das famílias de servidores públicos. Com 3.652 vagas, o potencial de retorno fiscal supera R$ 4,3 bilhões.
Hilda Brito
outubro 6, 2025 AT 21:02Claro que essa segurança toda é só marketing para esconder o caos que ainda rola nos bastidores.