Quando ouvi falar de Igor Thiago, a primeira impressão foi de um nome que ainda não ecoava nos grandes estádios europeus. Formado nas categorias de base do Cruzeiro, o atacante chegou ao Club Brugge em busca de experiência, mas acabou escrevendo um dos capítulos mais surpreendentes da temporada 2023/24.
Em 29 partidas oficiais, Igor balançou as redes 29 vezes – 16 na liga belga, quatro na Conference League e o restante em copas nacionais. Esse número não é apenas um recorde pessoal; ele o coloca à frente de todo o grupo de brasileiros que atuam nas maiores ligas europeias.
Para entender a dimensão da façanha, vale comparar a lista completa dos artilheiros brasileiros na temporada. O ranking ficou assim:
Igor não só lidera o grupo, como também tem uma margem que poucos conseguem alcançar. A diferença de seis gols em relação ao segundo colocado (Evanílson) demonstra consistência e regularidade ao longo de toda a campanha.
Mas o que fez o jovem de 22 anos se adaptar tão rápido ao futebol belga? A resposta pode estar na formação que recebeu no Cruzeiro. O clube mineiro tem investido pesado em técnicas de finalização e leitura de jogo, áreas que Igor mostrou domínio total ao chegar à Europa.
Além da técnica, o atacante desenvolveu um “olho” para o gol que se traduz em posicionamento inteligente dentro da área. Em momentos decisivos, ele soube aparecer sem precisar de muito volume de jogo, o que agrada aos treinadores que buscam eficiência.
Outro ponto a destacar é a versatilidade tática. No Club Brugge, Igor foi usado tanto como centroavante clássico quanto na ponta, adaptando‑se ao sistema de 4‑3‑3 do técnico. Essa flexibilidade ampliou suas oportunidades de marcar, especialmente em jogos de competição europeia, onde ele chegou a ser o segundo maior goleador da Conference League.
Os números falam: 16 gols na liga foram suficientes para torná‑lo o terceiro artilheiro da competição, atrás apenas de jogadores que atuam em clubes historicamente mais fortes. Na fase europeia, quatro gols foram decisivos para o Brugge avançar nas classificatórias.
A repercussão dentro do Brasil também foi imediata. Torcedores do Cruzeiro celebram o sucesso do seu ex‑jogador, enquanto jornalistas esportivos começam a especular sobre possíveis transferências. Grandes casas de futebol da Europa já demonstraram interesse, e não seria surpresa vê‑lo vestindo a camisa de um clube das cinco grandes ligas na próxima temporada.
Por fim, a história de Igor Thiago reforça um ponto muitas vezes esquecido: o talento brasileiro pode brilhar mesmo fora dos holofotes dos gigantes. Academias como a do Cruzeiro continuam produzindo jogadores capazes de fazer diferença logo na primeira oportunidade que têm no continente europeu.