A Seleção Brasileira Sub-17 viu o sonho do pentacampeonato se desfazer em a semifinal da Copa do Mundo FIFA Sub-17 2025 — e não por falta de luta, mas por um chute na trave. Em uma noite de nervosismo e precisão falha, o Brasil perdeu por 6 a 5 nos pênaltis para a Portugal, em partida realizada na segunda-feira, 24 de novembro de 2025, às 13h (horário de Brasília), no Aspire Zone, em Doha, Catar. O jogo terminou 0 a 0 no tempo normal, e o que parecia uma finalização digna de um time campeão virou um pesadelo de cobranças perdidas, erros de decisão e o peso de uma expectativa que pesa mais que uma camisa de seleção.
Um time desfalcado, mas com coração
A equipe comandada por Carlos Dudu Patetuci entrou em campo sem seu pilar defensivo: Luís Eduardo, zagueiro do Grêmio Foot-Ball Porto-Alegrense, estava suspiso por ter acumulado seu terceiro cartão amarelo na vitória sobre o Marrocos. Sem ele, a defesa brasileira ficou exposta, e os portugueses aproveitaram cada espaço. Mas não foi só isso. Ainda faltavam Arthur Ryan e Vitor Hugo, suspensos por cartões; Derick, lesionado. Eram quatro jogadores fora — o equivalente a um time inteiro em um Mundial de base. Mesmo assim, o Brasil resistiu. E não foi por acaso.Na cobrança, o que não se vê no placar
Na disputa de pênaltis, o Brasil teve cinco cobradores: Dell, Tiaguinho, Zé Lucas, Luis Pacheco e Gabriel Mec — todos converteram. Mas o goleiro Rafael Cunha foi defendido, e o lateral Ângelo mandou por cima. Portugal, por sua vez, acertou seis cobranças — Tomás Soares, Chelmik, Santi Verdi, Yoan Pereira, João Aragão e José Neto. O goleiro Romário Cunha, que havia sido o herói da fase anterior, errou a última cobrança. Era a chance. Ruan Pablo, o sexto cobrador brasileiro, entrou em campo com o peso do mundo nos ombros. Chutou na trave. E então, em um momento que parece saído de um filme, Ângelo voltou a cobrar — e errou de novo. Fim. A seleção brasileira foi eliminada não por falta de talento, mas por um colapso psicológico que ninguém viu vir.Dell, o Haaland do Sertão, e o peso de ser o herói
O nome que mais ecoou durante toda a competição foi o de Dell, atacante do Esporte Clube Bahia. Apelidado de "Haaland do Sertão" pela imprensa europeia, ele marcou os dois gols contra o Marrocos nas quartas e chegou à semifinal como vice-artilheiro da competição, com cinco gols. Na cobrança, ele converteu com frieza. Mas o que ninguém contou é que ele também foi o único jogador brasileiro a ter sofrido duas faltas violentas no segundo tempo — e não recebeu cartão. O técnico português reclamou da arbitragem, mas o que ficou foi a sensação de que o Brasil foi deixado sozinho contra o vento.
Por que isso dói tanto?
O Brasil tem quatro títulos na Copa do Mundo Sub-17 — empatado com a Nigéria. O quinto seria histórico. Não só por quebrar um recorde, mas por retomar o protagonismo em uma geração que prometia ser a mais talentosa desde 2003. Em 2019, a equipe foi eliminada nas quartas. Em 2023, caiu nas semifinais. Agora, em 2025, chegou mais longe — e ainda assim, caiu. E não por um gol de falta, não por um erro de zaga. Mas por uma cobrança que não foi feita. Por um chute que poderia ter sido o mais importante da carreira de um garoto de 17 anos — e que, por um fio, virou tristeza.O que vem a seguir?
O Brasil agora enfrenta a Itália pela disputa do terceiro lugar, na quinta-feira, 27 de novembro de 2025, às 9h30 (horário de Brasília), no mesmo Aspire Zone. Já a Portugal avançou à final contra a Áustria, que eliminou a Itália por 2 a 0 na outra semifinal. A final está marcada para o mesmo dia, às 13h. Ainda que não seja o título, a luta pelo bronze é importante — não só para a medalha, mas para a autoestima de uma geração que foi cobrada como se já fosse campeã.
Um legado que não se mede em troféus
A verdade é que este time não foi um fracasso. Foi uma revelação. Dell, com seus gols e sua coragem. Luis Pacheco, que mesmo amarelo, segurou o meio-campo. Zé Lucas, que fez a defesa funcionar mesmo sem Luís Eduardo. E até Ângelo, que errou duas cobranças, mas foi o único a ter a coragem de voltar a cobrar. Esses garotos vão crescer. Vão jogar em clubes europeus. Vão vestir a camisa da seleção principal. E um dia, alguém vai lembrar: "Foi nesse Mundial que tudo começou".Frequently Asked Questions
Por que a Seleção Brasileira Sub-17 foi tão desfalcada na semifinal?
O Brasil ficou sem quatro jogadores essenciais: Luís Eduardo, suspenso por terceiro cartão amarelo; Arthur Ryan e Vitor Hugo, suspensos por cartões; e Derick, lesionado. Essa ausência forçou o técnico Dudu Patetuci a improvisar a defesa, deixando a equipe mais vulnerável, especialmente contra os contra-ataques rápidos da Portugal, que exploraram bem o espaço deixado.
Qual foi o impacto da expulsão de Luís Eduardo nas quartas de final?
A suspensão de Luís Eduardo, zagueiro titular em quatro das seis partidas e autor de um gol na competição, foi decisiva. Ele era o líder da defesa e o único que conseguia segurar os ataques físicos da seleção marroquina. Sem ele, a zaga brasileira perdeu estabilidade, e os portugueses aproveitaram para pressionar com mais intensidade, especialmente nos minutos finais do jogo.
Por que Dell não conseguiu evitar a eliminação, apesar de ser o artilheiro?
Dell converteu sua cobrança de pênalti com calma, mas o futebol não é individual. Ele marcou cinco gols na competição, mas não pode carregar o time sozinho. A pressão sobre ele cresceu a cada jogo, e quando o time perdeu a estrutura defensiva, os adversários focaram em anular seu espaço. Mesmo assim, foi o jogador mais perigoso do Brasil — e o que mais merecia um título.
Como foi a atuação da arbitragem na partida?
A arbitragem foi controversa. O Brasil sofreu duas faltas graves contra Dell, sem cartão, enquanto o lateral Ângelo recebeu um amarelo por uma entrada que muitos consideraram normal. O árbitro também ignorou uma possível mão na área portuguesa no segundo tempo. Apesar disso, a FIFA não anulou o resultado — e o jogo foi considerado válido, embora tenha gerado críticas de técnicos e ex-jogadores brasileiros.
Qual é o próximo passo da CBF após esta eliminação?
A CBF já anunciou que fará uma avaliação interna da preparação da base, especialmente no que diz respeito ao manejo de cartões e ao suporte psicológico para jogadores em situações de pressão. A equipe que jogará o terceiro lugar contra a Itália será a mesma, mas com reforços na mente — e não só no elenco. A ideia é transformar essa derrota em aprendizado para a próxima geração.
O Brasil já teve outras eliminações por pênaltis em Mundiais Sub-17?
Sim. Em 2007, o Brasil foi eliminado pela Nigéria nos pênaltis nas semifinais, em um jogo que terminou 1 a 1. Naquela ocasião, o goleiro Rafael também errou uma cobrança, e o time não conseguiu se recuperar. É um padrão que se repete: o Brasil tem talento, mas ainda luta contra a pressão psicológica em momentos decisivos — e isso precisa ser tratado como prioridade.
Joseph Foo
novembro 27, 2025 AT 08:37Essa equipe merece mais que medalha. Ela mostrou que o Brasil ainda tem raiz, coração e garra. Não importa o placar: esse time já venceu só por existir.
Parabéns, meninos. Vocês fizeram o país respirar fundo.
Esse não é fim. É só o começo.
Eu tô com vocês.
Na próxima, a gente pega o troféu.
Com tudo.
Marcela Carvalho
novembro 29, 2025 AT 04:14vera lucia prado
novembro 29, 2025 AT 08:38É fundamental reconhecer que a derrota não se resume à falha técnica, mas sim a um complexo sistema de pressão psicológica, ausência de suporte estruturado e gestão inadequada de cartões amarelos. A CBF, por sua vez, demonstra um déficit crônico na formação de resiliência emocional em atletas jovens, o que, em contextos de alta competição, se traduz em colapsos sistêmicos. A análise superficial da derrota como mera questão de pênaltis é profundamente redutora e desrespeitosa com o trabalho de toda a comissão técnica e os próprios jogadores.
É necessário um plano de reestruturação holística, com psicólogos esportivos, nutricionistas e gestores de desempenho integrados desde as categorias de base.
Ana Carolina Borges
novembro 30, 2025 AT 10:28Alguém já parou pra pensar que o chute na trave do Ângelo não foi acidente? O que se vê aqui é um padrão de sabotagem institucional. A CBF tem um acordo secreto com a UEFA pra manter o Brasil longe do título desde 2003, e os cartões amarelos são programados por um algoritmo que monitora o brilho dos jogadores. O Dell foi marcado como perigoso demais, então a arbitragem foi manipulada pra que ele sofresse faltas sem punição, pra desgastar a equipe psicologicamente. E o goleiro? Ele foi ameaçado com a expulsão da família se não deixasse o gol passar. Isso não é futebol. É um jogo de poder. E nós, torcedores, somos apenas peões num tabuleiro que ninguém quer explicar.
ANTONIO MENEZES SIMIN
dezembro 1, 2025 AT 19:38É... isso foi triste, mas bonito.
Os meninos deram tudo.
Eu fiquei com o peito apertado quando o Dell converteu.
Quase chorei.
É difícil ver garotos tão jovens carregando esse peso.
Sei que vão crescer.
E vão ser grandes.
É só... que agora, o coração tá um pouco mais pesado.
Inah Cunha
dezembro 1, 2025 AT 22:20EU NÃO ACREDITO QUE ISSO ACONTECEU!!!
ÂNGELO VOLTOU PRA COBRAR???
EU SÓ QUERO ABRAÇAR ESSE MENINO E DIZER QUE ELE É HERÓI!!!
ISSO NÃO É DERROTA, ISSO É LENDA!!!
DELL É O NOVO HAALAND DO SERTÃO E NINGUÉM VAI ME DIZER O CONTRÁRIO!!!
EU VOU FAZER UMA CAMISA COM O NOME DELES TODOS E USAR NA PRÓXIMA COPA!!!
EU VOU CHORAR ATÉ O DIA DO BRASIL!!!
Cristiane Ribeiro
dezembro 2, 2025 AT 08:16Essa geração não é a próxima. É a primeira que vai mudar o futuro do futebol brasileiro. O que aconteceu não foi fracasso. Foi treinamento de vida. Cada pênalti cobrado, cada falta sofrida, cada olhar de determinação - isso tudo é mais valioso que qualquer troféu. O Brasil não perdeu talento. Perdeu um jogo. Mas ganhou um legado. O que importa agora é não desistir deles. Eles não precisam de críticas. Precisam de abraços, de tempo, de confiança. Vamos apoiar. Vamos torcer. Vamos deixar eles crescerem. Porque o próximo título? Ele já começou aqui.
Com amor, não com pressão.
valdirez bernardo
dezembro 2, 2025 AT 10:03Andreza Nogueira
dezembro 3, 2025 AT 14:20Essa derrota é a prova de que o Brasil não merece ser campeão. Tudo é bagunça. Jogador suspenso por cartão? É porque o técnico não sabe controlar o time. Pênalti perdido? É porque o jogador é fraco. O povo só quer vitória, mas não quer se esforçar. O futebol brasileiro é uma farsa. Eles só sabem jogar com talento, mas não com disciplina. Portugal fez o que o Brasil deveria ter feito: jogou com cabeça. E nós? Só com emoção. E isso não ganha Mundial. Isso só faz o povo chorar. A culpa é do povo que exige demais. E do governo que não investe em educação esportiva. Nós merecemos isso.
Vitor Ferreira
dezembro 4, 2025 AT 21:50