Belém enfrenta críticas por preços abusivos antes da COP30

Belém enfrenta críticas por preços abusivos antes da COP30
Ricardo Gravina ago, 2 2025

Belém sob pressão: preços disparam com chegada da COP30

Nem começou a COP30 e Belém já virou assunto por um motivo nada ecológico: os preços nas alturas. Hotéis triplicaram tarifas, aluguéis por temporada sumiram do mapa e até um simples prato no restaurante ficou salgado. Quem mora na cidade se sente ameaçado — para muitos, ficou impossível pagar o que antes fazia parte da rotina. E olha que falta mais de um ano para o evento.

Esse movimento de preços altos não pegou só o público à toa. Moradores relatam situações bizarras: aluguel de apartamento comum pulando de R$ 1.000 para mais de R$ 8.000 por mês só porque a COP30 vem aí. Restaurantes e lojas aproveitam o interesse internacional e mexem nas tabelas, já prevendo a chegada de turistas e diplomatas.

Não demorou muito e redes sociais viraram palco da indignação. Há relatos de cancelamento de reservas já feitas meses atrás, que só reaparecem logo em seguida com valores inflacionados. Quem trabalha com turismo teme a fama de “exploradores” e turistas estrangeiros andam repensando a ida, já que o orçamento estoura até antes de embarcar.

Cadê o freio? Autoridades sem resposta clara

Cadê o freio? Autoridades sem resposta clara

O problema é que, por enquanto, as vozes oficiais sumiram ou falam pouco. O governo estadual do Pará e a prefeitura de Belém vêm evitando dar respostas sobre algum controle de preços. Nenhum plano concreto apareceu. Fala-se nos bastidores sobre diálogo com comerciantes e donos de imóveis, mas nada de lei ou fiscalização à vista.

Para quem depende do movimento gerado por um evento global, tudo parece positivo. Mas a verdade é que muita gente da cidade vai sofrer na pele: motoristas de aplicativo já comentam que corridas longas podem ficar inviáveis; pais preocupados com o aluguel que pode expulsar estudantes ou moradores antigos de bairros centrais; pequenos comércios temendo perder o público local.

A COP30 foi vendida como a chance de colocar Belém no mapa do mundo, trazer investimentos em sustentabilidade e reforçar a imagem positiva da Amazônia. Mas com a disparada dos preços, o risco de exclusão social e elitização não passa despercebido.

Especialistas de universidades locais alertam que grandes eventos internacionais costumam esquentar o comércio e a hotelaria, mas que a falta de regulação pode sair caro depois, tanto para a economia quanto para a reputação. O medo é que o foco ambiental vire pano de fundo diante do caos financeiro para a população que já enfrenta desafios diários.

Com a pressão aumentando, os próximos meses serão decisivos para ver se o Pará consegue colocar ordem na casa. Por enquanto, toda expectativa gira em torno de quem vai pagar — e quem pode acabar barrado na festa, mesmo sendo de casa.

15 Comentários

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    João Paulo Souza

    agosto 3, 2025 AT 05:37
    Isso é triste, mas não surpreende. Já vi isso em outras cidades que sediaram eventos grandes. O povo local paga o preço enquanto turistas e empresários lucram. 😔
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    Nat Ring McBrien

    agosto 4, 2025 AT 01:59
    É só mais um plano da ONU pra dominar a Amazônia. Preço alto? Tá bom, que os gringos paguem. Nós é que temos que sair daqui.
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    Rhuan Barros

    agosto 5, 2025 AT 08:49
    Se a gente se unir, podemos pressionar. Não é só reclamar, é fazer algo. A gente pode organizar um movimento local.
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    Vanessa Rosires

    agosto 7, 2025 AT 08:27
    Eu moro aqui e vi o bairro da minha avó virar um hotel de luxo... ela teve que sair. 💔 Não é só dinheiro, é raiz, é história. Espero que alguém escute.
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    Tatiana Taty

    agosto 8, 2025 AT 17:16
    Claro que vão subir os preços... quem se importa com o pobre? A COP30 é pra mostrar que a Amazônia é linda... mas só se você tiver cartão de crédito e não for daqui. 🤡
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    Carlos Silva

    agosto 9, 2025 AT 00:14
    O problema é que não há regulamentação... e isso é um vácuo jurídico... o mercado livre... não pode ser... interrompido... por... sentimentalismo... (mas eu também acho que é uma merda)
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    Gabriel Motta

    agosto 10, 2025 AT 12:24
    Ah, claro... a COP30 vai salvar o planeta... enquanto expulsa os moradores de Belém pra fazer umas fotos bonitas com os gringos. Eles vão postar no Instagram: "A Amazônia é linda!" e esquecer que o cara que limpava o chão do hotel mora numa favela agora. O que é mais importante? A imagem ou as pessoas? 🤡
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    Rodrigo Nunes

    agosto 12, 2025 AT 02:27
    A elasticidade-preço da demanda por acomodações em contextos de eventos de alto perfil é claramente inelástica, o que gera externalidades negativas de distribuição. A ausência de price caps institucionais exacerba a desigualdade espacial. O modelo de turismo de elite é insustentável.
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    Matheus D'Aragão

    agosto 13, 2025 AT 18:49
    Vai dar tudo certo. A cidade vai se adaptar. E no fim, vai ter mais oportunidade pra todo mundo.
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    Rosemeire Mamede

    agosto 14, 2025 AT 22:30
    Você acha que é só aqui? Tá aí o governo do Pará que tá roubando tudo. Já viu os contratos? Tem gente ganhando milhões e ninguém sabe de onde veio o dinheiro. Vai ser um escândalo.
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    camila berlingeri

    agosto 15, 2025 AT 13:21
    Talvez seja isso que os poderosos querem... que a gente se afaste da própria cidade... pra que eles possam transformar Belém num parque temático da Amazônia... com entrada paga e guias falando em inglês... 🌿👁️
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    Ana Paula Dantas

    agosto 17, 2025 AT 02:25
    Na verdade, em Manaus, durante a COP28, eles implementaram um teto de aluguel por 18 meses. Funcionou. O governo precisa agir com urgência, não com discurso.
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    Wellington Rosset

    agosto 17, 2025 AT 03:16
    A gente não pode deixar a COP30 virar só um espetáculo para turistas. Belém tem uma cultura viva, uma comida incrível, um povo acolhedor. Se a gente não cuidar disso agora, vamos perder tudo. Não é só sobre preço - é sobre identidade. A Amazônia não é um cenário. É casa. E casa não se vende, se protege.
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    Joseph Nardone

    agosto 18, 2025 AT 05:34
    Se a economia de eventos globais sempre privilegia os que já têm capital, então a COP30 não é um evento de sustentabilidade - é uma máquina de reprodução de desigualdade. A pergunta real é: quem tem o direito de definir o que é 'desenvolvimento'?
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    Maria Emilia Barbosa pereira teixeira

    agosto 19, 2025 AT 11:17
    Ah, claro, agora é a culpa dos empresários? E os moradores que alugam os imóveis? Eles não têm direito de lucrar? É só porque você não pode pagar que quer proibir? A liberdade econômica é um direito humano, não um privilégio. #FreeMarket #COP30IsNotTheProblem

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